BEETHOVEN TEÓSOFO (EM ESPANHOL)

Autor: Mario Roso de Luna

Chamamos, pois, Beethoven de teósofo da mesma maneira que historiadores tão reacionários como Césare Cantú chamam Paracelso, Bacon, Alberto Magno, Espinosa ou Swedenborg também de teósofos, por considerá-los crentes no grande princípio da unidade substancial da espécie humana, sem distinção de raça, credo, sexo, casta ou cor; como partidários de um idealismo transcendente e abstrato, um critério teleológico e panteísta, acima de todos os credos positivos; como místicos e iluminados de verdade, que sentem o divino mais ou menos evolucionado em todos os seres, sob as múltiplas envolturas transitórias ou formas na natureza; como intuitivos profundíssimos, enfim, que no mundo superliminar, “no mais além das coisas”, advertem a palpitação, oculta para o vulgo ignaro, da Única Realidade cósmica efetiva, ou seja, da Divindade sem nome nem culto, da Divindade abstrata, impessoalizada e incognoscível, acima, como diria Schopenhauer, de todas as limitações da mente.